sábado, 29 de setembro de 2007

"Não grude não...

...não grude, não grude não
não grude, não grude não"

ahuauhauhahuauh nada como um verso do gil desse nível pra grudar, ironicamente, como chiclete barato na cabeça de qualquer um...
ah eh, minha filha vá ver "o homi q desafiou o diabo" antes q eu insulte o corno que comeu a biscate da rapariga q lhe pariu
kkkkkkkkkkkkkkkkkk

sexta-feira... final das semanas de provas... cabeça voltando a esfriar... nada de bar... que tal um cineminha?

convenhamos que o cinema de taubaté é, provavelmente, o metro quadrado mais tosco da cidade... poltrona desconfortável, ar condicionado ligado no nível cancún, horário oficial de la paz... e em cartaz: SIMPSONS! HORA DO RUSH 3! um outro de terror e mais uns dois de comédia nada animadores... além destes (uma enorme lista de filmes, acredite, já houve semanas com apenas DOIS FILMES EM CARTAZ! adivinhe? se vc chutou shrek e harry porco, digo potter(ana's addiction)... acertou) também tinha um que nem tinha visto... "O homem que desafiou o diabo"... cresceu uma pulguinha atrás da minha orelha, aliás, das duas...

pronto, resolvida minha noite de sexta :)

rumo ao cinema...
fila vazia... sala vazia... dois alí na frente, três alí atrás... ótemo pra mim... eu sentar na minha poltrona favorita (not) XP

ah que fotografia... ô nordeste gostoso desse brasil po... o filme é lá em natal, a cidade mais linda (e quente) que já tive a felicidade de visitar (2 vezes XD)... o forte dos reis magos, o morro do careca, a pipa, aquelas ruas batidas de cascos e jardineiras, as calçadas de paralelepípedo assentado com areia, o céu azul-ultra-mar clarinho, rajado de nuvenzinhas brancas e macias só pra contrapôr aquela poeira quente que sobe daquele chão rachado e enrrugado, como a pele daquele povo sofrido do clima quente e, ainda assim, muito animado...
ambiente perfeito pra algumas das histórias mais lindas do nosso povo...

o filme é uma delícia, e, apesar da assinatura da warner, mostra aquela mania gostosa que o brasileiro tem de fugir dos padrões...
nada de seguir gêneros hollywoodianos...
esse filme dá medo, dá tesão, dá vontade de morrer: de rir e de chorar, dá vontade de levantar e mandar tudo pros infernos enquanto se busca o caminho do paraíso, ou de São Saruê, como preferir... gera exclamações incessantes...

adaptação do livro "Pelejas de Ojuara" de Nei Leandro de Castro... contos de cordel sempre amarrando histórinhas profundas com linhas leves de barbante, que se confundem com a areia do belo pano de fundo...

O som é aquela mistura deliciosa típica do nordeste... com participação de jackson do pandeiro a sidney magal, de falamansa a andreas kisser... deve ter pitada de otto tbm (faz o papel do valentão zé tabacão com akele sotaque pernambucano maravilhosooo)
e aquele maraca?!?!?! aquele maracatu gostoso que não consigo nem nunca consegui pôr em palavras... ah, aquela coisa incrível que você tem que ouvir com o coração pra sentir mesmo... impossível pôr em palavras tal excitação...

e as atuações?!?!?
o cão miúdo me tirou do sério! fez sua entrada espetacular, me arrepiou inteira...
ao vê-lo pensei em todos diabos dissimulados que já vi em telonas... têm aqueles estilo de niro e jeff goldblum... e têm aqueles estilo peter stormare e justamente ele: helder vasconcelos... meu tipo preferido pra dizer a verdade... e ele ficou tão à vontade no papel, depois descobri que é sua estréia no cinema... atuação impressionante... já tá no meu segundo lugar de diabos...

no site oficial http://wwws.br.warnerbros.com/ohomemquedesafiouodiabo/ tem um "resumo" da história, contada pelo motorista da produção, "seu targino"... ao fim ele declara seu orgulho norte rio-grandense, e diz que o bom é a amizade que nasceu com aquela turma...

que nosso cinema continue assim: humano, melhorando e improvisando... que não cheguemos ao ponto de transformar nossas produções em meras pílulas, que neutralizam no "durante" e são esquecidas no "logo depois"...
que continuemos criando com foco no Homem... gerar emoções, reações e, como conseqüência, dinheiro no bolso, não apenas visando cifrões como se vê sala afora...

"gostchô?"
amei!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Dura poesia concreta de tuas esquinas

Terra da garoa, o estado que engrandece a nosso país. Sim: hora de declarar o meu amor por essa terra pútrida que é São Paulo.Suja, abandonada nas suas carências mais básicas e a quem mais precisa, ao mesmo tempo em que tem visibilidade internacional que apenas as grandes metrópoles tem.É a terra do tudo e do nada. Da fartura, do desperdício, da ausência. Terra de uma classe média opressora, que vive para ostentar sua pequenez, covarde, hipócrita, conservadora, "cansadinha".

Terra da oportunidade e da falta de. Do ensino qualificado e da falta de. Do turismo, da riqueza,
do lixo, da poluição. Da feiúra. Da São Paulo Fashion Week. Da grosseria, da falta de
solidariedade. Terra do egoísmo, do oportunismo e do individualismo.

Nasci aqui. Cresci aqui. Passei no máximo dois meses longe dessa terra. 21 anos de conhecimento de causa.

Depois de passar 1 mês em Salvador, no começo do ano, confesso que senti meu amor balançar. Gente simpática até no ônibus lotado na hora do rush. E sem esse papo de que bahiano não gosta de trabalhar. Na real, quem gosta de trabalhar? Quem não preferia ganhar a vida jogando truco e batendo papo numa mesa de bar? Mas ganhar dinheiro não é tão fácil, então simbora trabaiá! Até no estrangeiro as pessoas são mais hospitaleiras. Atenciosas. Respeitosas.Depois do mês na Bahia pisei em São Paulo e estava chovendo. Do avião já vi a desigualdade ao qual me acostumei mas que ainda me comove. Aí vi a cidade mais suja do que qualquer outra em que já estive. Aquele cheiro de Marginal Tietê. José Serra governador e Gilberto Kassab prefeito. Demorei para reatar com a cidade.

Mas é só dar uma bela caminhada sem rumo que todo o amor volta. Essa mistura de gente, de
religiões, de etnias, de gostos, de papos, de rumos. SOtaques. Não há nada melhor do que andar
por aí e prestar atenção às pessoas que cruzam o seu caminho uma vez na vida e que provavelmente nunca mais o farão novamente. São mais de 10 milhões de pessoas, a chance de reconhecer um transeunte é pequena. Você é um alheio, um nada no meio da multidão. Isso pode parecer duro, uma ode à solidão, mas me fascina. Cada um no seu mundinho... Só uma cidade como São Paulo.

Depois de passar um looongo período sem sair da cidade fui passar o último feriado no sítio do
meu tio avô, numa cidadezinha de 7 mil habitantes 40 Km distante de Maceió. Como eu amo a vida calma, o nordeste, as rostos fatigados da nossa gente. Os animais. Burrinhos e jegues sofrendo sob o sol escaldante. É uma poesia viva. De tudo emana emoção. Não uma emoção feliz, mas contagiante.

Mas voltando para São Paulo, depois de tão agradável temporada, percebi que jamais trocaria por livre e espontânea vontade este inferno que chamo de lar por qualquer outro lugar. Uma cidade tão grande, tão inexplorada! Quando a gente pensa que a conhece um pouco, descobre que não conhece nem 2%.

Minha companheira Marília se sente outra pessoa estando longe deste caos que chamo de lar.
Sabemos que o homem tem uma capacidade nata de adaptação. Provavelmente me adaptaria a morar longe daqui. Mas sentiria saudade deste caos orquestrado.

domingo, 16 de setembro de 2007

pela ponta dos dedos

pelas pontas dos meus dedos... escapa minha voz... vai toda minha vontade de ser alguém melhor... vai todo o meu tempo... todo meu gosto em levantar da cama... tudo o que me faz, vai por elas... seca minha alma pro meu próprio bem...
e eu volto de tempo em tempo escolhendo palavras... escolhendo melhor as palavras que não quero que saiam e se tornem bytes perdidos... bytes que voltam atrás, bytes que enganam, bytes imprecisos, bytes que elevam, bytes que machucam...
me aventuram nos abismos dos errors 404, das páginas que não existem, nas que não foram escritas nem descritas, nos endereços fechados e calados na teia...
o monitor no fim, não é um espelho, mas um portal...
porque as vezes o que leio no espelho não é o que eu queria ver... ao invés disso ele próprio me diz o que é... me interpreta... me dá nomes que ninguém faz questão de lembrar... me arruma uma capa e me convence a abri-la pra esse outro universo... ele me joga alí, onde sou o centro de tudo, naquele tornado de verdades paralelas, naquele quadro esquizofrênico moldado apenas por raios...
"eu não chamaria de esquizofrenia, mas eu serei ao menos duas pessoas hoje"

no portal não... nele sou rei, bedel, juiz, espectador e dançarina... a dança da esquizofrenia fala mais alto que qualquer joão, ou maria...


os dias mais solitários da minha vida já passaram e ainda estão por vir...
hauauhauh eu não me aguento... só eu me aguento... :B

sábado, 8 de setembro de 2007

"we had no concept of zero" :B

ah... mais um "para sempre" acabou... não foi o primeiro, mas me deixa tão perplexa quanto a primeira vez... "se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber, que pra sempre sempre acaba"... mas realmente, nada vai conseguir mudar o que ficou... é uma pena que, ao pensar em "alguém", não penso mais em "você"... penso nos outros divertidos "pra sempres" que virão... será essa a questão? quantos "pra sempre virão?" resposta: 42... kkkkkkkk
talvez... "não é tão impossível assim, apenas muito improvável"... talvez apenas pessoas muito afortunadas e iluminadas consigam ter 42 "pra sempres" em sua existência... talvez seja bobagem de novo...

mais alguma bobagem...
gosto de criar... gosto pra caramba de criar... e uma das coisa que mais gosto de criar são possibilidades...
então vai aí uma delas, parte das sessões de "e se" que gosto de escrever:
e se você é infinito...
não vai morrer... você trabaha 20 horas e descansa 10... a cada 500 árduos anos de trabalho incessante são concedidas à sua pessoa FÉRIAS!
SIIIIM! fábulosas férias!
vc vai até a agência de viagens mais próxima e analisa as opções... após averiguar cuidadosamente todos os lugares possíveis (e acredite, são muitos, mas nunca o suficiente) você escolhe "um lugarzinho brega no canto eskerdo do mapa"... o preço é acessível e existem atrações obviamente únicas, improváveis e, portanto, curiosas no lugar... aí então você escolhe a forma do passeio... nao o transporte ou o local de desembarque, pois nessa você não têm muita opção... existem formas mais rápidas e algumas bastante lentas, mas que provavelmente te garantirão mais tempo de férias, ou não... então você escolhe uma forma de passeio nem tão demorada, nem tão rápida... você vai passar algum tempo num lugar escuro, úmido e confortável, sem nada nada nada pra fazer, o serviço de bordo é ótimo e você poderá relaxar, planejar e desplanejar tudo o que você vai fazer nessas férias, só por diversão mesmo, pois na realidade não adianta muita coisa planejar quando, ao saír dalí, você receberá uma nova memória que deixará mais ou menos 95% da sua atual capacidade de lado para conseguir relaxar melhor, usando quase nada dela...
sua chegada ao destino é muito esperada, mas um tanto embaraçosa, você está pelado e todos estão vestidos, ou ao menos parcialmente vestidos, com o que eles consideram vestes... e o mais desconfortável: você tem que se contentar com o fato de que "não sabe de mais nada"...
você recebe um visto que pode variar, mas em média pode durar uns 80 anos... ah belos oitenta anos para aprontar diversas peripécias no ambiente escolhido... mas não deixe de lado o fato de que você pode ser chamado de volta a qualquer momento, com ou sem aviso prévio, dependendo da sua importância profissional... o pagamento é feito, ironicamente, a prazo durante sua estadia, sendo negociado principalmente na moeda local: o tempo... você pode fazê-lo render ou gastá-lo sem a menor preocupação... cabe a você decidir, vale lembrar que apenas restarão recordações, seja no local ou dentro de você, e elas serão recolhidas assim que retornar à rotina de trabalho, serão arquivadas e você poderá consultá-las novamente nas suas próximas férias, afim de não ficar muito repetitivo ou ocorrerem os chatíssimos deja'vus...
e aí? como estão as férias?
 
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