sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Primeiras impressões

Sempre achei que o dia em que eu começasse a trabalhar selaria de vez a passagem da minha vida adolescente para a minha vida adulta. Não sei porque motivo achava isso...

O fato é que o difícil aconteceu. Agora eu sou uma estagiária (porém ainda não abusada como tal). Todo 5º dia útil do mês terei meu dinheirinho =).

O que mudou de verdade é que eu não tenho mais absolutamente tempo livre algum. Acordo às 7:30 ou 8:00 (depende da situação do meu cabelo). Pego busão cheio, desco na Paulista e ando até o prédio onde trabalho. Entre às 9 e às 18h só paro para o almoço, que agora é uma refeição quase de pedreiro e em horário normal. Às 18:20 estou no ponto de ônibus. Por estar quase no começo da Paulista (perto do Paraíso) - ou final, depende do ponto de vista - o ônibus vem vazio. Agradeço aos céus o trânsito que faz um percurso de 20 min durar 1h30, pois então posso dormir e até sonhar. Desco no 1º ponto e passo na padaria, onde compro pão de queijo ou similares. A fome é grande.
Chego na PUC e tenho que aturar professores picaretas/aulas chatas e que não conseguem captaram a minha atenção por mais de 10 segundos/trabalhos, trabalhos e mais trabalhos. Chego em casa 23h, mais ou menos. Computador? Mas NEM F-O-D-E-N-D-O!
Minha vista está cansada e desfocada; minhas costas doem como jamais doeram. Sono, muito sono. Sudoku, 1 capítulo de "Mulheres", do Charles Bukowski e mimir.

Pronto. Agora sou que nem todo mundo. Horários como o de todo mundo. MSN ligado o dia todo como todo mundo.

Mas um trampo como nenhum outro. Quem aí precisa aprender a escrever em "miguxês" para o trabalho? Quem tem que criar fakes? Quem tem um trampo de abala as estruturas do marketing tal como ele se apresenta hoje?

Ó: em uma semana de trabalho percebi que essa nem de longe é minha área favorita. Na verdade, é emburrecedor. Um dia volto a ter um trabalho como o do ano passado: leitura dos 7 jornais mais influentes do país e em seguida fazer um resumo da parte política e relevante. Ah, e ganhar bem!

Estou cercada de publicitários. Não reclamo, são gente boa. Mas ainda me sinto perdidaça. Claro que em 4 dias é raro amizades florescerem (tá, a minha com a Thais foi em apenas 1 dia, mas é um caso a parte). O ambiente é gostoso, jovem, descontraído. Me sinto como se estivesse numa lan house, só que paga para isso. O pessoal todo no MSN, orkut, youtube e etc.

Tem um cara igual ao Dr. Suresh, do "Heroes". Só que mais estiloso. Outro é parecido com o Sawyer, do "Lost". Mas é óbvio que o Sawyer é perfeito e incomparável.

Embora seja um trampo 100% virtual, não tem nenhum nerd. Isso é estranho, tendo em vista que tecnologia e nerd andam de mãos dadas...

As condições de trabalho são boas. O salário é bom (em comparação com o resto de estagiários de jornalismo). Tem até assistência médica! E hoje passei por uma avaliação. Colesterol no limite, 199 (pode ser até 200). Nível de açúcar no sangue, 95 (pode ser até 200 e pouco). Pressão meio baixa: 10X8. O normal é 12X8. Acho que tenho pressão baixa, sempre que medem está baixa. Isso é estranho, já que eu como muito mais sal do que deveria.

O que mudou de verdade? Bom, não posso mais acordar 12, 13h. Não posso almoçar às 16h e nem assistir "Heroes" e "Simpsons" a tarde toda. Não sou mais aquela do grupo que está sempre disponível. Não posso mais ir tomar sol no Pacaembú a tarde e muito menos dar uma caminhada ao redor do estádio.

Pronto. Me entreguei ao mercado. E já estou até marcada:

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

no one is gonna rain on our parade...

às vezes me pego pensando nas mudanças... naquilo tudo que ficou e que provavelmente não vai mais voltar, seja pra minha sorte ou pra sorte de quem me cerca...
penso em como eu estava, tento lembrar daquilo que sentia além do que escrevia em cadernos e arquivos .txt... penso naquelas idéias que abandonei, mas principalmente naquelas que desejo cada vez mais defender...
às vezes me pego "tentando" mudar... forçar de alguma forma alguma situação... arrisco assim, comprometer aqueles princípios que todos tentamos manter com cuidado, pois neles desenvolvemos e confiamos toda nossa personalidade... os "intocáveis"... mas felizmente desisto logo...
dizem que, em algumas situações, pode-se acertar milhares de vezes, mas errar, é uma vez só... também dizem que, às vezes, devemos nos afastar o suficiente para que sintam nossa falta, mas não o suficiente para que nos substituam... e qual será o limite? será que a mudança, algo tão natural e que acontece a todo momento, corre algum risco de se tornar o risco? muitas vezes, e infelizmente, sinto que sim... mas será que é valido tomar a mudança como ameaça? pois afinal de contas, ainda que parado, você está indo a algum lugar... tudo muda e não é você quem vai mudar isso certo?
você tem sempre 50% da culpa... não há desculpa que compre seu lugarzinho no céu, creio que há apenas uma condição pra isso: não julgar...
no fim das contas nao tenho vontade e nem serei outra pessoa... sou só eu... com todas qualidades, defeitos, destoancias e mudanças possíveis... sempre eu... a que não precisa ser outra... a única eu que já esteve cá por essas bandas nesses tempos... tenho conciência da minha sorte e durmo bem... de cabeça tranquila e coração aberto... muito prazer...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Nó na garganta


Ultimamente não tenho me sentido no melhor dos ânimos. Na verdade, não sei o que é felicidade e nem tristeza há tempos. Não converso, não rio, não choro. Meu contato com pessoas está cada vez mais raro. E só converso para falar de trabalho de faculdade ou alguma coisa com os meus pais. Também, olha a minha vida: é de uma insignificância impressionante. Não tenho nada para contar a ninguém. Nenhuma novidade.


Mas chega uma hora que o coração aperta. Você se sente só, realmente só. Eu sempre curti a solidão, me faço uma ótima companhia. Mas tudo em exagero faz mal.


As últimas vezes que saí não me senti bem. Acho que estou ficando paranóica. Sinto que todos estão me ridicularizando. Sinto que sou COMPLETAMENTE diferente das outras pessoas, e não entendo como elas conseguem se divertir com tamanha mediocridade.

Me sinto uma estranha no ninho, seja lá qual ambiente for. Em casa, sozinha, me sinto aliviada. Ninguém precisa gostar e nem desgostar de mim. Ninguém vai me fazer cobranças, nem me rejeitar. Não serei um "peso" para ninguém. Nem ficar dando indiretas que eu finjo não entender mas que por dentro me moem a alma. E essas mini-patadas vem de todos os cantos. Só consigo enxergar isso.


Não consigo aturar a hostilidade do convívio social, só que agora não posso mais aguentar minha própria companhia. Não sei o que é calor humano há meses. Nem beijos, nem abraços, nem apertos de mão. Nem conversas, risos. Nem brigas. E isso dói. Acho que nenhuma dor física é maior do que essa dor da solidão.


Não é bem abandonada o como me sinto. Até porque estou assim porque, em parte, trabalhei para isso. Trabalhei no modo de dizer. Durante a primeira metade do ano me recusei a ir na maioria dos lugares onde fui convidada. E nos lugares onde fui, acabei me arrependendo (na maioria das vezes). Acabei me sentindo aquele estorvo, aquele inconveniente que já citei.


Aí no segundo semestre, logicamente, cessaram todos os convites. Só ouço falar de churrascos, shows, jantares. Mas quando eu vou me sinto mal! E aí? Me sinto mal de estar só, me sinto mal nos ambientes em que me levam. Parece tudo uma grande piada de mal gosto. Fico observando tudo com olhos clínicos, me sintindo cada vez mais mal.


Quando a gente sabe que está sendo esquecido? É completamente ridículo, mas você sabe: as pessoas param de te ligar, param de te mandar scraps, torpedos, emails, o que for. Não te chamam para lugares onde você certamente iria - e elas sabem disso. Você sabe que foi esquecido quando desaparece dos álbuns de orkut dos seus amigos. Tem foto de todo mundo. TODO mundo. Menos de você. Mas é lógico, você sumiu do mapa, como poderia estar nas fotos mais recentes?


É tudo uma constante repetição só que, dessa vez, sem a minha presença. E parece que ninguém se dá conta. Somente eu.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Raízes

Pensei nos mais diversos temas para escrever aqui. Cheguei até mesmo a começar dois textos diferentes, mas agora, na última hora, percebi que devia fazer o óbvio: falar do meu novo vício. Passei o dia inteirinho de hoje num site espetacular, que permite montarmos uma árvore genealógica.
Meu pai acha simplesmente um porre esse tipo de coisa. Minha mãe até curte. Minhas avós, adoram. Acho que não tem uma avó que não adore quando seus netos tentam fazer uma árvore genealógica. Elas começam a se lembrar da "Tia Pura", do "Tio Hildebrando" e por aí vai.

Mas fazer a alegria das velhinhas não é a melhor parte. O bom é ir descobrindo com chegamos até aqui, com esse sobrenome. Eu sou Ana Clara Lima Gaspar, mas para isso a família renegou 'n' sobrenomes - bem mais legais, por sinal. Fiquei sem o Paschoal, sem o Gaidos, sem o Vaz. E sem o Oliveira. Eu poderia ser mais uma das centenas de Oliveiras por aí.

Minha árvore está indo bem. Com a ajuda da minha mãe e da comunidade Gaspar do orkut, já tenho mais de 189 nomes na árvore. É primo que não acaba mais. Tem gente em tudo o que é canto.
Tem austríaco fugido de campo de concentração da 2ª guerra mundial; tem indígena. Tem espanhol e português pra dizer chega. Tem de tudo.

Eu conheço tão pouco da minha família!
Outro dia fui convidada para a festa de 15 anos de uma prima distante minha. Nem lembrava quem era a tal. Mas aí lembrei que eu a conheci quando ela tinha tipo 1 ano. E agora faz 15, ou gódi!

Mas sabe qual é a minha real intenção com essa árvore? É achar alguém que já passou pela minha vida (ou ainda está) sem eu saber do parentesco.
Sem bem que, pensando bem, todo mundo é parente distante. Bem ao estilo Adão e Eva. Um casal que teve filhos, que teve mais filhos, que teve mais filhos... Até que o Planeta Terra se tornou populoso. Cá estamos, irmãos e primos!

Uma das descobertas mais interessantes que fiz até agora é que o Gaspar me veio sem querer. Meu tataravô se chamava "Jaime Gaspar de Oliveira", portanto Gaspar veio da mãe. Olha que demais, o Oliveira se perdeu pelas gerações, mas o Gaspar se perpetuou, numa época em que as mulheres não eram nada!

Minha família tem resquícios feministas, mesmo sem querer ;-)

O link da árovore:
http://www.myheritage.com/FP/family-tree.php?s=4427111&lang=PB

Façam as suas! Descubram seus parentes!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007


Hohoho!

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

:o)

parabéns pra nossa tha :)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Evolução

Você já ouviu falar em "X-Men" e "Heroes", provavelmente. Mesmo se você não fizer parte daquela parcela da população viciada nesse tipo de coisa, no mínimo sabe do que se trata: mutação genética. E, por tanto, já está se dando conta dessa modinha televisiva que a evolução genética se tornou.

Quando comecei a gostar de "X-Men" achava super interessante a idéia da evolução dos genes humanos, a ponto de seletos indivíduos possuírem características raras; até algumas coisas que outros julgariam uma aberração. Vai, convenhamos: Darwin percebeu como chegamos até aqui e nos tornamos o que somos. Evoluímos. A vida começou a partir de uma célula que evoluiu. Uma célula evoluiu, sofreu mutações e recombinações até que... Bilhões de anos depois, eis o homem, proveniente de um organismo simples, uma célula. Se uma coisa minúscula e simples evolui até o homem, então porque o homem não podería evoluir até poder voar, ou mover objetos pesados com o pensamento? Por tanto, nada mais coerente do que continuarmos evoluindo. Quem disse que perdemos a capacidade para tal? Que estagnamos nessa forma?
Pois bem. Me interessei por esse negócio de genética porquê acho coerente. Porém, até certo ponto. "X-Men" é HQ. É bem mais provável que um humano sofra mutações genéticas e possa correr como um raio do que uma pessoa seja picada por uma aranha e adquira seus poderes - sem tirar Homem Aranha, que eu adoro. Agora, "Heroes" é um exagero. Perdi a credibilidade na inocência dos olhos de raio-X do Scott, do "X-Men". Pô, "Heroes" pode até ser legalzinho (e é), dá uma bela distraída, mas é uma apelação imensurável. Regeneração instantânea? Como é possível achar coerente a idéia de que você pode ter uma bala cravada no peito e em instantes estar viva, novinha em folha e sem cicatrizes? Uma coisa é imaginar que alguns possuem uma capacidade de cicatrização mais rápida do que outros. Agora, isso... Pff...
E tem também uma novela na Record, acho que é "Caminhos do coração". O cidadão que escreve a novela simplesmente resolveu copiar na cara dura a idéia dos programas já mencionados e transformar em novela. Se deu certo, porque não plagiar? Na trama tem um cientista que manipula genes, e uma porrada de crianças com super poderes. Uma pode correr a uma velocidade impressionante para os padrões humanos. Outra tem uma visão de alcance sobrenatural. Outra consegue levantar barcos apenas com o pensamento.

Agora, vamos aos fatos. O que é real e o que é imaginação nessa história de mutação? Bom, é óbvio que mutação genética é algo real. E fascinante. Se não fosse, não faria tanto babaca estar viciado em Heroes. Coisas plausíveis na ficção atraem. Bom, algumas coisas são possíveis, outras já são reais. A história da visão e da velocidade além dos padrões humanos é real. Força fora dos padrões também é real. Olha a notícia que eu encontrei na Globo.online:

"Médicos alemães descobriram uma criança que possui uma mutação genética em seus músculos. O bebê desenvolveu músculos fortes nos braços e pernas que o possibilitam levantar pesos de três quilos com os braços estendidos, algo que muitos adultos não conseguem fazer. Os músculos têm o dobro do volume do que os de crianças da mesma idade."

Tá vendo? O problema das séries televisivas é o exagero. Ficar invisível? Aí não! Não estou condenando a ficção, só estou fazendo um paralelo entre o que pode ser real e o que é a mais pura viagem na maionese para atrair fãs.
O problema é que mutação genética não é só uma coisa boa; muito pelo contrário. Nos seres humanos isso geralmente significa doenças. Principalmente câncer. Anomalias. Um bode que nasce com 6 chifres. Uma galinha que têm 4 patas. Uma vaca com 2 cabeças. Irmãos siameses. São deformações causadas por mutação genética. Se o bebê alemão possui uma força incomum até para adultos, provavelmente isso lhe causará algum dano físico futuro.

Se um cérebro como o de Charles Xavier ("X-Men") realmente existisse, a cabeça do indivíduo seria gigantesca - para poder armazenar um cérebro tão grande.

Se não temos poderes, se não podemos voar e nem transformar água em gelo só com a visão, nem evocar fogo na ponta dos dedos, isso tem um motivo. Nosso corpo não foi feito para isso. Mas isso não significa que alguns indivíduos "especiais" não possam realizar proezas incomuns para um ser humano...

Informações pertinentes:

1. As mutações são feitas ao acaso, e não dirigidas. Não há forma alguma de controlar as mutações, para fazer com que elas produzam as características que possam ser necessárias. A seleção natural precisa simplesmente aproveitar-se do que der e vier. Você pode discordar, dizendo que animais e plantas já fizeram parte de experiências genéticas. Sim, é fato. O que ocorre é que o DNA humano é bem mais complexo do que o de um tomate ou de uma ovelha.

2. As mutações são raras. A freqüência estimada da maioria das mutações nos organismos superiores é de uma em dez mil a uma em um milhão por gene por geração.

Então por aqui termino. Não sou geneticista, não pretende ser e meus conhecimentos de biologia são parcos. Isso aqui foi apenas um esboço sobre o meu descontentamento com o exagero da ficção. Mas é assim mesmo, né? Tem que fazer a imaginação voar longe, se não não dá ibope! E eu não teria do que reclamar!
 
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