quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Evolução

Você já ouviu falar em "X-Men" e "Heroes", provavelmente. Mesmo se você não fizer parte daquela parcela da população viciada nesse tipo de coisa, no mínimo sabe do que se trata: mutação genética. E, por tanto, já está se dando conta dessa modinha televisiva que a evolução genética se tornou.

Quando comecei a gostar de "X-Men" achava super interessante a idéia da evolução dos genes humanos, a ponto de seletos indivíduos possuírem características raras; até algumas coisas que outros julgariam uma aberração. Vai, convenhamos: Darwin percebeu como chegamos até aqui e nos tornamos o que somos. Evoluímos. A vida começou a partir de uma célula que evoluiu. Uma célula evoluiu, sofreu mutações e recombinações até que... Bilhões de anos depois, eis o homem, proveniente de um organismo simples, uma célula. Se uma coisa minúscula e simples evolui até o homem, então porque o homem não podería evoluir até poder voar, ou mover objetos pesados com o pensamento? Por tanto, nada mais coerente do que continuarmos evoluindo. Quem disse que perdemos a capacidade para tal? Que estagnamos nessa forma?
Pois bem. Me interessei por esse negócio de genética porquê acho coerente. Porém, até certo ponto. "X-Men" é HQ. É bem mais provável que um humano sofra mutações genéticas e possa correr como um raio do que uma pessoa seja picada por uma aranha e adquira seus poderes - sem tirar Homem Aranha, que eu adoro. Agora, "Heroes" é um exagero. Perdi a credibilidade na inocência dos olhos de raio-X do Scott, do "X-Men". Pô, "Heroes" pode até ser legalzinho (e é), dá uma bela distraída, mas é uma apelação imensurável. Regeneração instantânea? Como é possível achar coerente a idéia de que você pode ter uma bala cravada no peito e em instantes estar viva, novinha em folha e sem cicatrizes? Uma coisa é imaginar que alguns possuem uma capacidade de cicatrização mais rápida do que outros. Agora, isso... Pff...
E tem também uma novela na Record, acho que é "Caminhos do coração". O cidadão que escreve a novela simplesmente resolveu copiar na cara dura a idéia dos programas já mencionados e transformar em novela. Se deu certo, porque não plagiar? Na trama tem um cientista que manipula genes, e uma porrada de crianças com super poderes. Uma pode correr a uma velocidade impressionante para os padrões humanos. Outra tem uma visão de alcance sobrenatural. Outra consegue levantar barcos apenas com o pensamento.

Agora, vamos aos fatos. O que é real e o que é imaginação nessa história de mutação? Bom, é óbvio que mutação genética é algo real. E fascinante. Se não fosse, não faria tanto babaca estar viciado em Heroes. Coisas plausíveis na ficção atraem. Bom, algumas coisas são possíveis, outras já são reais. A história da visão e da velocidade além dos padrões humanos é real. Força fora dos padrões também é real. Olha a notícia que eu encontrei na Globo.online:

"Médicos alemães descobriram uma criança que possui uma mutação genética em seus músculos. O bebê desenvolveu músculos fortes nos braços e pernas que o possibilitam levantar pesos de três quilos com os braços estendidos, algo que muitos adultos não conseguem fazer. Os músculos têm o dobro do volume do que os de crianças da mesma idade."

Tá vendo? O problema das séries televisivas é o exagero. Ficar invisível? Aí não! Não estou condenando a ficção, só estou fazendo um paralelo entre o que pode ser real e o que é a mais pura viagem na maionese para atrair fãs.
O problema é que mutação genética não é só uma coisa boa; muito pelo contrário. Nos seres humanos isso geralmente significa doenças. Principalmente câncer. Anomalias. Um bode que nasce com 6 chifres. Uma galinha que têm 4 patas. Uma vaca com 2 cabeças. Irmãos siameses. São deformações causadas por mutação genética. Se o bebê alemão possui uma força incomum até para adultos, provavelmente isso lhe causará algum dano físico futuro.

Se um cérebro como o de Charles Xavier ("X-Men") realmente existisse, a cabeça do indivíduo seria gigantesca - para poder armazenar um cérebro tão grande.

Se não temos poderes, se não podemos voar e nem transformar água em gelo só com a visão, nem evocar fogo na ponta dos dedos, isso tem um motivo. Nosso corpo não foi feito para isso. Mas isso não significa que alguns indivíduos "especiais" não possam realizar proezas incomuns para um ser humano...

Informações pertinentes:

1. As mutações são feitas ao acaso, e não dirigidas. Não há forma alguma de controlar as mutações, para fazer com que elas produzam as características que possam ser necessárias. A seleção natural precisa simplesmente aproveitar-se do que der e vier. Você pode discordar, dizendo que animais e plantas já fizeram parte de experiências genéticas. Sim, é fato. O que ocorre é que o DNA humano é bem mais complexo do que o de um tomate ou de uma ovelha.

2. As mutações são raras. A freqüência estimada da maioria das mutações nos organismos superiores é de uma em dez mil a uma em um milhão por gene por geração.

Então por aqui termino. Não sou geneticista, não pretende ser e meus conhecimentos de biologia são parcos. Isso aqui foi apenas um esboço sobre o meu descontentamento com o exagero da ficção. Mas é assim mesmo, né? Tem que fazer a imaginação voar longe, se não não dá ibope! E eu não teria do que reclamar!

3 comentários:

Umah disse...

ahuauhauh q xike! ganhamos foto e até marcadores com esse post! XP

eh infelizment tenho q concordar q invisibilidade eh meio paia (apesar d ser a q eu mais gostaria)... falta de pigmento = coisas claras, não invisíveis...

o resto c ja sabe :)

Anamyself disse...

É, o máximo que pode acontecer é a gente ficar que nem camaleão, com a cor da pele se camuflando de acordo com o meio ambiente.

Você queria a invisibilidade? Putz, eu não sei qual eu queria...

Sr. M. disse...

sei colega, mas assite o discovery neste domingo as 20, e ve se você toma uma opiniao diferente.

 
Layout by Ateliê de Layouts - Apoio: Se Mata!