sexta-feira, 26 de junho de 2009

Assuntos do momento

Comentando rapidamente assuntos em voga:

*Decisão do STF da não-obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo.
Sou a favor.
Não quero me prolongar primeiramente porque JÁ DEU, depois porque meu tio fez um post excelente sobre isso, em que eu assino embaixo, e o meu comentário lá é suficiente.

Próximo.

*Eu trabalhando de novo
Pois é, voltei a ser uma trabalhadora brasileira. Em setembro vou ter contrato. A grana nem dá pra sustentar família. Não que eu queira família... Whatever.

Próximo.

*Filhasdasputagens do José Sarney
Não vale "2 reau", isso a gente sempre soube.

Próximo.

*Morte do Michael Jackson
Puta astro da música pop, você gostando ou não. Puta dançarino incrível, você gostando ou não. Mudou a música do século XX, foi uma personalidade mega polêmica. Vai fazer falta. E coitados dos filhos, que nunca viram e nem verão o pai se apresentando.

Próximo.

*Crepúsculo (Amanhecer, na real)
Assunto em voga porque finalmente saiu o livro em português. Tô no 2º livro ainda, o Lua Nova. Nada comparável a Harry Potter sob nenhum aspecto. Mas é legalzinho.

Próximo.

*Selton Mello
Tem como ser MENOS maravilhoso, por favor? O meu chuchu mais chuchuzento do cinema brasileiro está em nada menos do que TRÊS produções simultâneas no cinema: Mulher Invisível, que é interminável e meio sem graça - culpo Vladimir Brichta pela preguicinha que esse filme me provocou; Jean Charles - sim, a história do brasileiro morto em Londres, confundido com terroristas - que me dá a maioooor preguiça, mas depois dessa crítica do Sérgio Rizzo na Folha, especialmente desse teco de frase: "a interpretação forte, absolutamente mercurial, de Selton Mello." - resolvi assistir. Aí ainda tem outro filme, que chama A Erva do Rato e tem também Alessandra Negrini no elenco. Enfim. Maravilhoso.

Próximo.

*Festas juninas
Adoro. Quadrilhavinhoquentequentãopipocamilhoverdepaçocapédemolequepescariabocadopalhaço.

Próximo.
Próximo?
O que mais tá acontecendo no mundo? Ai não, Irã não, gente. Eu sei que eu tô verde no twitter, mas tô com preguiça de falar disso.

#ouvindo Save You, Pearl Jam

Ai gente.
Beijo.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

sentindo falta

às vezes eu acordo e sinto falta sabe... acordo sentindo falta dos meus amigos burgueses que sabem que "um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri"... e sabem que nasceram pra rir... dividem o mesmo conceito de "aproveitar a vida" que eu... realização e paz... caráter é bem... verdade é o único meio...
acordo cedo pela manhã e sei que assim eles não o fazem... acordo cedo pela manhã e sinto a sua falta... dos meus amigos burgueses que nasceram pra rir e o melhor: gostam de rir... gostam do que fazem e não apenas procuram fazer o que gostam... que não criaram uma consciência adulta da vida... "adulto", que pode ser visto como um adjetivo depreciativo... amigos burgueses que mantém a inocência libertadora da adolescência, as visões que facilitam qualquer desafio, que me acalmam em qualquer tormenta, que sabem manter a distância e sabem quebrar as barreiras naturais do ser humano... que alcaçam todo dia um amadurecer eterno, um ponto que sabem fazer parte de uma linha, um renascer toda manhã, um adormecer todas as noites...
os amigos burgueses que me fazem pensar se o problema é comigo ou se os outros é que têm problemas... e o simples fato de considerar que talvez o problema seja com "eles" já responde à questão...
sinto falta deles, delas, com quem eu riria de qualquer forma, em qualquer situação, amigos com quem vou às nuvens num entardecer de domingo, aquele mesmo domingo que às vezes acordo sentido essa falta que demora pra ir embora...
sinto alguma falta dos meus amigos burgueses pra dividir meus muitos sonhos, pra não sentir medo do sistema, pra debochar como se não houvesse amanhã, pra debochar como se não houvessem essas manhãs, em que sinto falta dos meus amigos burgueses...



agora façam um favor e vão pro .txt da ana que esse aqui foi um produto do acaso...

terça-feira, 2 de junho de 2009

♪ I believe I can fly, I believe I can touch the sky ♪

Estamos diante de uma nova tragédia aérea. A imprensa está eufórica, nada a instiga mais do que um acidente de avião cheio de vítimas importantes. Por que quem se importa com milhões de vítimas de Aids na África, não é mesmo? Mas nem vou entrar nesse mérito.
O jornalismo sensacionalista vibra com os números de mortos, relata as história de cada uma das vítimas - o príncipe, as famílias em férias, estudantes, grandes executivos... E, lógico, relembra as grandes tragédias já ocorridas. Mais importante ainda: quer ser aquele que vai descobrir o porquê da tragédia. Leva à tevê e aos rádios os mais diversos especialistas, físicos, meteorologistas, pilotos, especialistas em segurança, vítimas de outros acidentes, de tudo um pouco.

O fato é que a cada tragédia aérea o cidadão médio incorpora um novo conhecimento aeronáutico. Já aprendemos sobre:

* flaps, instrumentos nas asas que auxiliam na sustentação do avião no ar. No Fokker-100 da TAM, vôo 402 com destino ao Rio de Janeiro, em 1996, os flaps das asas do avião falharam durante a decolagem, e o avião caiu 10 segundos depois no meio do bairro que cerca o aeroporto de Congonhas. 99 pessoas morreram.

* radares, controladores aéreos, que deveriam ter previsto a colisão entre o jatinho legacy e o Boeing da GOL, vôo 1907, que ia de Manaus a Brasília em 2006. O radar do Legacy estava desligado, e os controladores aéreos que operam em Brasília não conseguiam fiscalizar a área em que os aviões se encontravam; a área era uma espécie de "buraco negro". O jatinho saiu praticamente intacto da colisão, mas o Boeing se despedaçou em pleno ar, dizem os especialistas que as 154 pessoas que estavam no vôo morreram durante a colisão, em segundos, tamanho o impacto.

* reversor, que é um instrumento importante que auxilia na desaceleração da aeronave. Um dos reversores do vôo 3054 em 2007 não funcionou. Também falou-se muito na época a respeito dos grooves, que são ranhuras no chão da pista, cuja presença em Congonhas poderia ter auxiliado o Boeing da TAM, vôo 3054 vindo de Porto Alegre, a frear, evitando aquela desgraça toda que tirou 199 vidas.

Agora, com esse novo acidente do Airbus da Air France, vôo 447 que saiu do Rio com destino à Paris com 228 pessoas a bordo, estamos aprendendo principalmente sobre fenômenos meteorológicos. Zona de Covergência Intertropical, uma região próxima à linha do equador com constante mau tempo; que certos raios tem tamanha energia que podem ser comparados à bombas; que aviões estão preparados para mau tempo, que a fuselagem dos aviões são condutores elétricos, os raios passam por toda a fuselagem e saem por algum dos extremos do avião - ficou confuso, né? - mas veja esse vídeo impressionante (38' é quando aparece) que você vai entender exatamente o que estou querendo dizer.
Particularmente, com a minha vasta experiência em vôos aéreos como passageira, acho difícil que um raio ou o mau tempo sejam os responsáveis pela queda do avião. Isso NUNCA aconteceu. Além disso, outras dezenas de aviões passaram pela mesma área em que o avião se acidentou na noite de domingo. Pode ser que algum aparelho do avião não estivesse muito bom, e o mau tempo tivesse danificado de vez, mas sei lá. Quem sou eu pra falar isso? Mas depois desse vídeo do raio aí em cima, acho ainda menos provável que o mau tempo seja o responsável pelo acidente. Alguns especialistas já dizem até em atentado terrorista. É absurdo, mas é tão plausível até agora quanto qualquer outra possibilidade. O problema é que o avião caiu no meio do Oceano Atlântico, em regiões cuja profundidade do mar chega a 6 mil metros. Ou seja: a caixa preta vai ficar para a História, assim como os corpos e as evidências.

Ok, tem havido até que bastante acidente aéreo ultimamente. Mas não tem porque temer entrar num avião. É um medo absurdo, esse. É lógico que incomoda saber que você não pode fugir pra lugar nenhum, se alguma coisa acontecer a chance de sobrevivência é pequena, ao contrário do que acontece num acidente automobilístico.
Eu já estive em 2 acidentes de carro. Em 1 como agente passiva, digamos, só observei a desgraceira toda, 4 carros batendo em efeito dominó na Rodovia Carvalho Pinto, em São Paulo, o meu carro era o 5º, e só escapamos da colisão por termos feito a curva bem fechada), no outro batemos a uns 60 Km/h num muro de cemitério (yeh, baby!) e eu bati a cabeça meio de leve no teto, no dia seguinte tinha uns roxos no meu corpo, mas tudo ok. Os outros 2 ocupantes também ficaram com um roxo ou outro. Dificilmente eu sobreviveria a 2 acidentes de avião.

Viajo desde pequena. Meu avô trabalhou na KLM e na Vasp por décadas, meu pai é doente por aviação e viagens. Sempre estive em aviões. Conheço o Brasil todo, partes da Europa, África do Sul, Canadá, boa parte da América Latina... Tudo by plane, lógico.
Não tenho noção de quantas vezes já voei de avião, mas certamente foram bem mais de 100.
A única situação que me subiu a adrenalina foi numa viagem em 2005 à Santiago., no Chile . Cruzar a Cordilheira dos Andes, com seus 4 a 5 mil metros de altitude, é uma sensação magnífica, um quadro belíssimo, mas rolam uns ventos absurdos. Pegamos uma turbulência feia, me sentia numa montanha russa, até com aquele frio no estômago típico quando era nítida a perda de muitos metros de altitude. Me deu uma vontade louca de rir, porque muita gente no avião gritava. Durou uns 15 minutos. Meu pai diz que foi a pior turbulência que ele já pegou, e olha que ele já vôou, viu. E como.

[Nossa, como sou prolixa]

O que estou tentando dizer é que avião É seguro. Acontecem tragédias de quando em quando, ok, mas e acidentes de carro? Calma, pára tudo, fui googlear a estatística de acidentes de carro e deu isso aqui do Yahoo Respostas: Se avião é seguro porque cai sempre? Oi? SEMPRE cai? Isso que me irrita, essa ignorância horripilante da população. Sabem quantos vôos pousam e decolam DIARIAMENTE do Aeroporto de Guarulhos? 475, quase 20 aviões por hora pousam ou decolam daquele aeroporto! A Fonte é da Infraero, se quiser checar. 475 por dia, a gente multiplica por 365 dias por ano (Aeroportos nunca fecham. Cheguei de Bariloche uma vez às 0h05 do dia 1º de janeiro) e temos quase 180 mil vôos por ano! E aí vem um BABACA dizer que avião sempre cai? Gente assim nem merece conhecer outras culturas. É o tipo de gente que tem despreza o diferente. Tem que viver sua vidinha ordinária em um lugar só, descer pra praia de vez em quando e acabou. Esse tipo de gente está condenada à mesmísse e à ignorância.

Enquanto isso, morrer num acidente de carro responde por 4% dos óbitos no Brasil, conforme consta neste artigo do Ministério das Cidades. Carros matam mais do que guerras.

Para pilotar um avião, é necessário diploma e muitas horas voadas. Para ter carta de motorista, é só pagar R$ 400,00 e tá pronto. Pensem nisso.

Termino com esse parágrafo interessante de uma notícia publicada na Folha Online em 2000:

A frequência de acidentes fatais em jatos comerciais é de cerca de uma em cada 1,4 bilhão de milhas voadas. As chances de se envolver em um acidente de avião em que haja muitas mortes é de cerca de uma em três milhões. Por outro lado, cerca de 400 mil pessoas são mortas anualmente no mundo em acidentes em estradas. O número de feridos neste caso é de 12 milhões.

Agora vamos aproveitar que o dólar tá a R$ 1,94 e vamos viajar, vamos fazer a roda da economia mundial girar através do turismo.

Ah, voar de avião é prático, mas não é a coisa mais agradável do mundo. As poltronas são desconfortáveis, a despressurização deixa o ouvido sensível, a comida raramente vai além da barrinha de cereal (em vôos curtos, lógico). Dicas: para evitar a dor no ouvido, engula saliva com força e certa frequência. Leve algum petisco. Nunca se sabe o que vão servir no avião. Garrafa de água para não secar a boca também é importante. Um agasalho a bordo, sempre! O ar condicionado sempre surpreende. E uma boa leitura faz milagres. Sempre engolindo saliva, gente.
 
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