sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Pensando sobre a política no Estado de São Paulo

Estou há 3 anos sem atualizar esse blog, mas hoje me deu uma necessidade absurda de escrever uma pequena análise política, coisa que não cabe no twitter, nem no facebook, e não combina com o meu blog pessoal.

Ontem no cursinho alguém falou: "Queria que o Alckmin morresse". Aí pensei: se ele morresse, quem ganharia a eleição em SP?

a) Mercadante jamais. Tem 20 e poucos por cento de votos, mas só. Não vai além disso. Já é bem conhecido, tem apoio do Lula, fala mal de pontos críticos da gestão tucana - pedágio e educação - e ainda assim não adianta. Oscila uns 5 pontos pra cima ou pra baixo e fica por aí. Paulista é muito mais anti-petista do que tucano (assim como eu sou M-U-I-T-O mais anti-tucana do que petista, mas enfim).

b) Paulo Skaf acho difícil, mesmo seu partido sendo aliado à Lula. Tem a seu favor o fato de não ser muito conhecido e poder falar que, ó, que legal que eu sou, gerencio o Fiesp/Sesi/Senai, dou bolsas de estudo para cursos técnicos e ponho jovens no mercado de trabalho! Mas te juro: acho que o paulista médio não se convence de que essas instituições "são legais por causa dele". Ninguém é tão tapado. Acho.

c) Celso Russomano. Acho o mais provável - o que seria o pior dos mundos. A volta do malufismo? Bom, nem tanto. Malufão é único, mas Russomano é de seu partido. Tudo a mesma josta. Celso Russomano já é conhecido, tem uma vida política longa e tem a seu favor o fato de ser um dos cabeças do Código de Defesa do Consumidor - que ele ajudou a criar depois que sua esposa morreu por erro médico.

Os outros candidatos? Bom, para falar deles preciso explicar o contexto ideológico da maioria da população brasileira.

A história é a seguinte: brasileiro é conservador, e taí uma coisa bem difícil de mudar.

Uma pesquisa do Datafolha de 2006 mostrou que:
* 79% da população brasileira é contra a descriminalização da maconha.
* 63% são contra o aborto EM QUALQUER SITUAÇÃO
* 84% defendem a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos
* 51% querem a instituição da pena de morte.
* Outra pesquisa do Ibope de 2006 diz que 69% dos brasileiros são contra ocupações de terra promovidas pelo MST e 71% acham que a reforma agrária abala a democracia (!).

Se a maioria da população é tão conservadora, qual a chance de um político de esquerda chegar ao governo tendo como pilares a reforma agrária, o não-pagamento de dívidas externas e discriminalização da maconha e do aborto?
O Mancha, candidato ao governo de São Paulo pelo PSTU, por exemplo, tem CINQUENTA porcento de rejeição. Simplesmente não há espaço para partidos de extrema esquerda na política brasileira. Esses partidos exercem grande poder sobre universitários, mas sua representação no governo é muito baixa - e não há qualquer perspectiva de mudança.

Enfim. Sabem qual a conclusão? Alckmin prolongar os 16 anos de governo tucano em São Paulo para 20 pode nem ser o pior dos mundos.

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