Terra da garoa, o estado que engrandece a nosso país. Sim: hora de declarar o meu amor por essa terra pútrida que é São Paulo.Suja, abandonada nas suas carências mais básicas e a quem mais precisa, ao mesmo tempo em que tem visibilidade internacional que apenas as grandes metrópoles tem.É a terra do tudo e do nada. Da fartura, do desperdício, da ausência. Terra de uma classe média opressora, que vive para ostentar sua pequenez, covarde, hipócrita, conservadora, "cansadinha".
Terra da oportunidade e da falta de. Do ensino qualificado e da falta de. Do turismo, da riqueza,
do lixo, da poluição. Da feiúra. Da São Paulo Fashion Week. Da grosseria, da falta de
solidariedade. Terra do egoísmo, do oportunismo e do individualismo.
Nasci aqui. Cresci aqui. Passei no máximo dois meses longe dessa terra. 21 anos de conhecimento de causa.
Depois de passar 1 mês em Salvador, no começo do ano, confesso que senti meu amor balançar. Gente simpática até no ônibus lotado na hora do rush. E sem esse papo de que bahiano não gosta de trabalhar. Na real, quem gosta de trabalhar? Quem não preferia ganhar a vida jogando truco e batendo papo numa mesa de bar? Mas ganhar dinheiro não é tão fácil, então simbora trabaiá! Até no estrangeiro as pessoas são mais hospitaleiras. Atenciosas. Respeitosas.Depois do mês na Bahia pisei em São Paulo e estava chovendo. Do avião já vi a desigualdade ao qual me acostumei mas que ainda me comove. Aí vi a cidade mais suja do que qualquer outra em que já estive. Aquele cheiro de Marginal Tietê. José Serra governador e Gilberto Kassab prefeito. Demorei para reatar com a cidade.
Mas é só dar uma bela caminhada sem rumo que todo o amor volta. Essa mistura de gente, de
religiões, de etnias, de gostos, de papos, de rumos. SOtaques. Não há nada melhor do que andar
por aí e prestar atenção às pessoas que cruzam o seu caminho uma vez na vida e que provavelmente nunca mais o farão novamente. São mais de 10 milhões de pessoas, a chance de reconhecer um transeunte é pequena. Você é um alheio, um nada no meio da multidão. Isso pode parecer duro, uma ode à solidão, mas me fascina. Cada um no seu mundinho... Só uma cidade como São Paulo.
Depois de passar um looongo período sem sair da cidade fui passar o último feriado no sítio do
meu tio avô, numa cidadezinha de 7 mil habitantes 40 Km distante de Maceió. Como eu amo a vida calma, o nordeste, as rostos fatigados da nossa gente. Os animais. Burrinhos e jegues sofrendo sob o sol escaldante. É uma poesia viva. De tudo emana emoção. Não uma emoção feliz, mas contagiante.
Mas voltando para São Paulo, depois de tão agradável temporada, percebi que jamais trocaria por livre e espontânea vontade este inferno que chamo de lar por qualquer outro lugar. Uma cidade tão grande, tão inexplorada! Quando a gente pensa que a conhece um pouco, descobre que não conhece nem 2%.
Minha companheira Marília se sente outra pessoa estando longe deste caos que chamo de lar.
Sabemos que o homem tem uma capacidade nata de adaptação. Provavelmente me adaptaria a morar longe daqui. Mas sentiria saudade deste caos orquestrado.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
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2 comentários:
lindooooooooouuuououou
goixtei merrrrrmão
deu vontad d por aqui também o que acho da são paulo que passei a ver por fora há 5 anos... e de onde moro agora... mas pode ter certeza que vou preferir falar da minha linda e corrupta taubaté, da perfeita e descuidada pindamonhangaba e do vilarejo mais gostoso e abusado do mundo: sto antônio do pinhal... meus lares, minhas roças, minhas varandas, meus pastos...
discutir nossa preferência seria bobage hun... entao bora aproveitar a vida onde ela aconteçe: na mesa do bar! kkkkkkkkkkkkkk XD
*eeei vc passou mais de 2 meses lá fora eskeceu? XP
sabado tô aí, c sabe c vai estar poraê? c não eu volto pra ca com o buz msmo...
:*******
Hey cat!
Essa é a idéia. Eu apresento o meu amor por São Paulo e vc contrapõe por aí, mostra seu amor pela roça :-)
Eu sei que eu passei 2 meses fora =P, mas foi diferente daquela vez, eu acho que meu amor por São Paulo não era tão consolidado...
Então, sábado é niver da minha prima. Se quiser ir comigo, e não foi atrapalhar a sua programação do fest'up, simbora. É aqui pertinho de casa (perdizes). Começa umas 22h e pensei em chamar a Judithi. Vambora?
Beijo!
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