quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Nó na garganta


Ultimamente não tenho me sentido no melhor dos ânimos. Na verdade, não sei o que é felicidade e nem tristeza há tempos. Não converso, não rio, não choro. Meu contato com pessoas está cada vez mais raro. E só converso para falar de trabalho de faculdade ou alguma coisa com os meus pais. Também, olha a minha vida: é de uma insignificância impressionante. Não tenho nada para contar a ninguém. Nenhuma novidade.


Mas chega uma hora que o coração aperta. Você se sente só, realmente só. Eu sempre curti a solidão, me faço uma ótima companhia. Mas tudo em exagero faz mal.


As últimas vezes que saí não me senti bem. Acho que estou ficando paranóica. Sinto que todos estão me ridicularizando. Sinto que sou COMPLETAMENTE diferente das outras pessoas, e não entendo como elas conseguem se divertir com tamanha mediocridade.

Me sinto uma estranha no ninho, seja lá qual ambiente for. Em casa, sozinha, me sinto aliviada. Ninguém precisa gostar e nem desgostar de mim. Ninguém vai me fazer cobranças, nem me rejeitar. Não serei um "peso" para ninguém. Nem ficar dando indiretas que eu finjo não entender mas que por dentro me moem a alma. E essas mini-patadas vem de todos os cantos. Só consigo enxergar isso.


Não consigo aturar a hostilidade do convívio social, só que agora não posso mais aguentar minha própria companhia. Não sei o que é calor humano há meses. Nem beijos, nem abraços, nem apertos de mão. Nem conversas, risos. Nem brigas. E isso dói. Acho que nenhuma dor física é maior do que essa dor da solidão.


Não é bem abandonada o como me sinto. Até porque estou assim porque, em parte, trabalhei para isso. Trabalhei no modo de dizer. Durante a primeira metade do ano me recusei a ir na maioria dos lugares onde fui convidada. E nos lugares onde fui, acabei me arrependendo (na maioria das vezes). Acabei me sentindo aquele estorvo, aquele inconveniente que já citei.


Aí no segundo semestre, logicamente, cessaram todos os convites. Só ouço falar de churrascos, shows, jantares. Mas quando eu vou me sinto mal! E aí? Me sinto mal de estar só, me sinto mal nos ambientes em que me levam. Parece tudo uma grande piada de mal gosto. Fico observando tudo com olhos clínicos, me sintindo cada vez mais mal.


Quando a gente sabe que está sendo esquecido? É completamente ridículo, mas você sabe: as pessoas param de te ligar, param de te mandar scraps, torpedos, emails, o que for. Não te chamam para lugares onde você certamente iria - e elas sabem disso. Você sabe que foi esquecido quando desaparece dos álbuns de orkut dos seus amigos. Tem foto de todo mundo. TODO mundo. Menos de você. Mas é lógico, você sumiu do mapa, como poderia estar nas fotos mais recentes?


É tudo uma constante repetição só que, dessa vez, sem a minha presença. E parece que ninguém se dá conta. Somente eu.

Um comentário:

Umah disse...

clara ana clara... simples e direta = perfect :)

até amanha minha cara! hohoooo

 
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